(16 anos de atividade técnica de mediunidade, com ousadas e inéditas declarações.)


por Benjamin Teixeira


Prezados amigos, participantes e admiradores de nossa organização e da mundividência eugeniana:

A pedido dos bons espíritos, faço um relato pessoal, em lugar da publicação de novo capítulo do livro “O Instituto Voltaire”, como tem acontecido, neste sítio eletrônico, toda sexta-feira. A seriedade das revelações e testemunhos que serão apresentados aqui, progressivamente, à medida que o texto se desdobra, tornarão compreensível, perfeitamente, esta involuntária (de minha parte, já que sou um mero porta-voz dos ilustres mestres desencarnados) substituição de tarefa.

Agosto de 1991, 29 – dia em que se comemora o nascimento de Adolfo Bezerra de Menezes, eminente médico desencarnado que, conforme assertivas da Espiritualidade, por diversos médiuns respeitáveis, é o responsável pela direção espiritual das atividades de divulgação em massa do Espiritismo. Nada ao acaso: nossa programática de trabalho, para esta reencarnação, está neste âmbito de funções. Uma sincronicidade para lá de significativa…

Já relatei este episódio aqui, em outras ocasiões, mas o retornar a eventos importantes de nossa biografia pessoal sempre nos abre novo panorama, que nos propicia uma ressignificação de experiências, favorecendo-nos perspectivas diferenciadas, para avaliações e escolhas presentes. E, desta vez, uma série de itens, bem mais substanciais e sérios, será trazida a lume, num nível de atrevimento e exposição pessoal que julgo próximo do desvario completo. Mas se meu paupérrimo caso pessoal servir a uma única alma, confortando-a e estimulando-a a seguir em sua esperança de ser feliz e estar em paz, já me darei por satisfeito, em me desnudar psicologicamente, diante da multidão, tal qual farei aqui. Sugiro, porém, que se siga a ordem da redação, para que não se perca o fio do raciocínio.

A vida passa num lampejo, tanto para incautos, como para os que se fazem mais ciosos do aproveitamento das horas. 16 anos! Que impressionante! Na época, já há três anos (1988), houvera travado contato com a doce e sábia Eugênia, mas, naquele triênio, em ocasiões muito raras. Desde o ano anterior (1990), publicava artigos na imprensa comum, subscrevendo meu próprio nome. Faltando dois meses para completar 21 anos, estava, naquele 29 de agosto, sentado à mesa mediúnica, pela primeira vez, numa situação sob controle técnico, digamos assim, na sede da Federação Espírita do Estado de Sergipe.

Feita penumbra ambiente, páginas sucessivas de psicografia manuscrita (com esferográfica) surgiram, como se um surto me houvesse tomado o cérebro. Meu braço direito não só ficou retesado, como trêmulo, qual se uma corrente elétrica passasse por ele, continuamente… Lembranças… lembranças…

Vejo, de onde digito estas linhas, uma paisagem noturna de minha cidade natal, com seus inúmeros espigões pontilhados de luz, nas miríades de apartamentos repletos de corpos em sono profundo… São mais de 3h da manhã, mas o ruído do tráfego não parou de todo, nem pára completamente, em nenhum momento de toda a madrugada. Aquela Aracaju de ‘91, que mal cobria a extensão do minúsculo território do município da capital sergipana, com 400 mil habitantes, acrescentou mais 100 mil componentes à população-base, transbordando suas fronteiras e conectando-se a vários municípios circunvizinhos, constituindo uma região metropolitana que faz, da Grande Aracaju de hoje, um núcleo urbano com mais de 900 mil habitantes!… Quase um milhão de almas! Quando eu nasci, em 1970, a cidade não ultrapassava os 180 mil habitantes!

Pouco mais de um ano depois, fazendo uma longa caminhada meditativa, em plena via pública, conversando, à distância, com a sábia mentora espiritual Eugênia, ouvi-a dizer, atônito, que o projeto de divulgação em massa do Espiritismo, de que sabia estar incumbido desde o berço, deveria acontecer a partir de Aracaju! Nossa! Como aquilo poderia se dar? Cogitava a possibilidade de me transferir para Salvador, mas ela asseverou, categoricamente, mostrando-me, num zoom psíquico, o mapa do Brasil: “Não saia do ‘coração do coração’ do mundo” – numa paráfrase ao livro famoso de Humberto de Campos, espírito, pela pena mediúnica lapidar e incomparável de Chico Xavier: “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, em que se considera nosso país como o celeiro de espiritualidade para todo o globo. Curiosamente, não só o Brasil, mas também o Estado de Sergipe, muito mais, têm um formato aproximado de coração humano, estando nosso pequeno membro da união brasileira incrustado no que seria, metaforicamente, o canto esquerdo do peito do Brasil!… Arrepiei-me, quando ela falou! Fantástico!…

E mais ainda me surpreendi, ao perceber como tudo pode acontecer, realmente, quando eles, os bons e sábios orientadores espirituais, querem, em nome de Deus. Não só lancei o programa de televisão, para disseminar o pensamento espírita, em janeiro de ’94 – hoje, o mais antigo da televisão brasileira na área –, como ainda tornou-se ele o primeiro regional (1995), nacional (1996) e internacional (1997) da história do Espiritismo. Depois de ser exibido via satélite, para parabólicas analógicas, por todo o país, passou a ser veiculado em cadeia nacional de TV, pela Rede Brasil, TVE-Rio (2001-2004); e, desde abril deste ano, tem estado em transmissão semanal, igualmente em rede nacional de televisão, pela TVJB (antiga CNT) – atualmente, às 8h de sábados.

De Aracaju para todo o Brasil! É óbvio que não se trata de realização de caráter individual. Nem mesmo posso atribuir aos bondosos e dedicados amigos, que sempre colaboraram com as iniciativas do Salto Quântico. Somente a assistência de Eugênia e seus amigos luminosos poderia justificar tamanho triunfo! – que só continuará acontecendo, enquanto eles quiserem, é claro!

1991… quanto tempo!… 2007! Wow! A primeira década do século XXI se esvai, rapidamente, e, com isso, a convenção-abstração do calendário nos convoca, simbolicamente, à séria reflexão quanto ao aproveitamento das oportunidades existenciais que nos são prodigamente ofertadas, todos os dias, pela Divina Providência.

Nestes anos, em nome deles e, principalmente, dela, a sábia mestra da felicidade, publiquei 17 livros; auxiliei, como canal mediúnico, nosso amigo Marcone Vieira, nos EUA, a implantar a célula do Salto Quântico na cidade de Danbury, Connecticut; e, por fim, tornei-me um aparelho vivo de comunicação pelo qual a sábia desencarnada, que foi Aspásia de Mileto, fala com as pessoas no domínio físico de vida, inclusive por páginas publicadas neste site, em todo dia útil, desde o ano de 2000.

Terminamos o culto do Evangelho, após nosso almoço, nesta quinta-feira, 30 de agosto, calmos e reflexivos – eu e mais cinco amigos, incluindo minha “babazinha” (secretária do lar). Havia dormido apenas uma hora e meia, desde o dia anterior (só somei mais outra hora e meia de sono, de lá para cá), e não imaginava, nem de longe, ser possível… Contudo, à distância, surgiu-me, gloriosa, em sua vestimenta à grega antiga, a gloriosa orientadora do Mundo Espiritual, que, em seguida, incorporou-me. Não de modo vago e incompleto, mas profunda e plenamente. Minha entonação vocal mudou de todo e minha personalidade sumiu, para dar lugar à polida, elegante, serena e sábia Eugênia, com seu discurso impecável, em Português castiço e clássico (como se fosse lido de uma obra redigida há 100 anos), sem – finesse das finesses – perder a espontaneidade ou parecer formal. Para completar, a sala foi tomada por suas penetrantes e comoventes irradiações de amor. Ela queria, realmente, se fazer sentir. Começou a falar de intimidades que haviam ocorrido com cada um dos cinco encarnados presentes (afora minha pessoa), todas de meu total desconhecimento, e, ato contínuo, passou a desfiar, com a lucidez solar que lhe é bem peculiar, um espetacular panegírico à fé irrestrita em Deus. Quarenta minutos depois, despediu-se. Quando levantei os olhos e fitei os amigos que me acompanharam na experiência, dei-me conta do “estrago”: todos tinham os rostinhos “duplicados”, inchados de tanto chorar, de tanta felicidade! Estávamos todos transportados, provisoriamente, ao Céu… Eugênia, a sábia-santa, nos arrebatara, sem pedir licença, ao sétimo andar do paraíso…

Passei por dores impensáveis (ou insuportáveis) para muitas pessoas. Quinze entes queridos faleceram (até os meus 30 anos de idade), dentre os mais chegados amigos, paixões, tios e professores. Sofri abuso sexual na infância. A obesidade me provocou achincalhamentos desde que me entendo por gente. Fui sistematicamente ofendido e pressionado, até a beira do delírio, por não aparecer com namoradas. Discriminado por não beber, não fumar ou jogar futebol. Adulado como pequeno-rico na adolescência e, logo mais, desprezado, como filho de pai-falido, no início da casa de vinte anos. Apupado de louco, por me descobrir e doidamente me declarar, em toda parte, como médium; e, por outro lado, tido como obsediado entre os espíritas convencionais (até hoje), por abraçar causas das minorias mais sofridas e, com todo gosto e vontade, não “fazer tipo” de “ser de luz” encarnado – que não sou, nem muito menos poderia fingir ser. Ainda fui acusado de irresponsável, quando larguei a faculdade de Direito, no último ano, para me dedicar ao Espiritismo em tempo integral. Visto como espertalhão, pelos que não tinham como compreender o gesto. Alcunhado de degenerado pelos conservadores, por defender causas ainda polêmicas, nos meios religiosos, como a homossexualidade e o divórcio; e de tradicionalista, pelos novidadeiros de plantão, que não me compreenderam os pudores contra práticas recentes, como o “ficar”, de forma irresponsável, dos adolescentes dos dias que correm. Fali três vezes, pelo menos, por encabeçar uma empresa espírita que não tem fins lucrativos, mas que padece o peso de ônus e riscos, como qualquer outra. Ofendido em níveis inconcebíveis, por amigos dos mais chegados, entre os maiores beneficiários de meu trabalho mediúnico, que, sem suportar a pressão de obsessores (que pugnam por destruir a obra de Eugênia, que salva milhares de criaturas do suicídio, da loucura e da infelicidade), surtaram, afastando-se (nem todos que se afastaram, é claro, estavam surtados) entre saraivadas de ataques – que só entendo, realmente, por conhecer a insidiosa sanha da obsessão! (“Felizmente”, para não supor estranho demais, também aconteceu isso, em grau muito mais grave, com o santo Chico Xavier.) E, dor suprema entre todas as demais, durante lampejos freqüentes na casa de vinte anos, mas principalmente durante aproximados quatro sucessivos e atordoantes anos de trabalho – já no ápice das tarefas de divulgação espírita –, passei por um forte processo de dúvida sobre tudo que estava acontecendo, em termos de mediunidade, comigo e com todos os paranormais da Terra, enfrentando o receio de estar padecendo de peças pregadas pelo meu inconsciente ou por um cérebro enfermo, como reação compensatória a tantos baques que havia sofrido na vida. Pregar a fé e a esperança, estando internamente desesperançado – e sem, nem de longe, ousar trazer a público (para não perturbar a fé alheia) meus cruentos questionamentos –, foi uma dor acima do que posso traduzir em palavras. Hoje, minhas dúvidas se diluíram, de todo, escorado que estou nos alicerces inamovíveis da convicção bem fundamentada em anos de estudo, experimentação e meditação profundos.

Em meio a tanta dor, cheguei a pensar estar, diversas vezes, na iminência de enlouquecer ou cometer algum desatino contra mim mesmo, ou a ponto de sofrer, a qualquer instante, um colapso cardíaco ou um AVC… – só Deus sabe por que não os padeci (talvez por ser ainda muito jovem para tanto). Em contrapartida, fui levado a ter um alto teor de empatia e uma salutar habilidade para compreender qualquer gênero de provação que apareça nos caminhos dos que me buscam socorro – como se tudo fosse “velha história” –, de modo que posso, justamente por isso, oferecer expressivas pinceladas facilitadoras de soluções. Toda essa dimensão sobre-humana (no meu muito pobre modo de julgar) de sofrimento, todavia, empalidece, ante a graça inaquilatável de ver o Anjo Eugênia e ter a satisfação inefável de doar, ao mundo, a dádiva inapreciável de sua fala transformadora, com seu pensamento de sábia e seu coração de santa. Poder interagir com ela e servi-la diariamente, a despeito de tudo, faz-me indescritivelmente feliz! Como exarado exaustivamente, em todo livro sagrado das tradições espirituais humanas, somente as dores acerbas, na travessia dos vales mais obscuros do sofrimento, propiciam-nos vislumbrar a Luz dos Anjos… detectar a Fala do Plano Sublime de Vida… Posso corroborar esta tese, de cátedra.

Salve Eugênia, alma santa, anjo bom! Salve a Espiritualidade Excelsa, por sua misericórdia intérmina, com todos nós, em nome de Deus, cuidando de nossas limitadíssimas pessoas, com toda a enormidade de nossos defeitos!

Que Ela, Eugênia, mensageira de Maria Santíssima, encontre – sempre e cada vez mais –, em meu insignificante e humílimo coração, terreno fértil para plantar as sementes de suas bênçãos para a frutificação do socorro às almas sofredoras do mundo; e que minha inferioridade evolutiva, com sua podridão própria, sirva de fertilizante para esta sementeira da Mestra-Mãe… de modo que, parafraseando o Apóstolo, progressivamente eu diminua e Ela cresça!…

Sou seu servo, Eugênia e Maria, para sempre!

(Texto redigido na madrugada de 31 de agosto de 2007. Revisão de Delano Mothé.)