Piedade, indignação e horror – a complexidade e a profundidade da genuína manifestação do bem

Na humanidade terrena de hoje, o foco cultural do bem tende a convergir para a compaixão. Entrementes, é fácil confundir comiseração com falso sentimento de empatia, justificando atitudes malevolentes de terceiros como bem-intencionadas.

Já a indignação justa, quando a ira do bem eclode em defesa de pessoas fragilizadas ou causas sagradas, é bastante esquecida e comumente demonizada, entendendo-se qualquer manifestação de agressividade como descontrole emocional, agressão ou violência.

Por outro lado, não se deve negligenciar o horror ao mal: o repúdio, ainda que calmo, a toda ação que prejudique indivíduos e comunidades, no mesmo passo em que se fazem imprescindíveis, em contrapartida, a identidade com o espírito de solidariedade e o comprometimento com a prática do bem comum, a começar do serviço que alcance poucas criaturas, entes queridos ou não.

Observe cuidadosamente onde você situa a sintonia do seu coração. Esteja certo(a): nem sempre as melhores expressões de bondade, sabedoria e justiça tomam os contornos de suas expectativas, muito menos do que as convenções definem como moralmente mais defensável.

Amplie seu panorama temporal, adote uma perspectiva histórica mais larga, e notará como as noções de certo ou errado absorvem os matizes de uma época e lugar, modificando-se, drasticamente, de um século a outro, de um povo a outro.

Abstraia-se, quanto possível, de condicionamentos a que tenha sido submetido(a), para que logre efetivamente intuir e avaliar, com mais clareza, o que sua consciência, seu mais agudo discernimento, aponte como o melhor, o devido, o que constitui, em última instância, o seu propósito na atual existência física e na circunstância de vida em que ora esteja você inserido(a).

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
King George, Virgínia, EUA
7 de setembro de 2023