pelo espírito Temístocles.

Rispidez, crítica e cobrança excessiva para com os outros indicam, normalmente, traço de almas que se julgam mais do que são. A presunção toma ares diversos: de dignidade ferida, de pseudo-idealismo, de desejo de acertar além do necessário ou mesmo do possível, de vítima injustiçada, de deter direitos em acréscimo, em relação aos dos semelhantes.

Cuidado com as impressões sutis de orgulho e vaidade que se podem infiltrar em sua mente, à guisa de brios ofendidos, porque, amiúde, trata-se de obsessão sub-reptícia, a se imiscuir em seu coração, pelas portas da falsa decência, a hombridade egoísta e tirânica dos que têm pruridos de superioridade sobre os outros.

Encare agora seus problemas íntimos, em vez de projetá-los no seu próximo. Será que não se acostumou a receber atenção ou deferência especiais dos seus semelhantes, por possuir dinheiro, beleza ou inteligência acima da média? Será que espera muito da vida e de Deus, por se supor mais honesto ou mais puro que os demais? (E isto pode ser medido?) Cuidado: talvez só haja pretensão e loucura em suas impressões, introduzindo-o em um universo de mágoa e tristeza, desavença e desconfiança no trato com os parceiros em condição humana.

Julga-se mais desenvolvido e maduro que seus irmãos em humanidade? Prove-o, sendo mais tolerante e compreensivo, compassivo e generoso com quem lhe não compreende o modo de ser e que estagia em nível mais baixo de entendimento da vida.

(Texto psicografado por Benjamin Teixeira, em 3 de abril de 2006. Revisão de Delano Mothé.)