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Equipe Salto Quântico.]

Benjamin Teixeira, em diálogo
com o Espírito Gustavo Henrique.

(Benjamin Teixeira) – Querido Padre Gustavo Henrique: Chico Xavier, num certo momento do programa “Pinga Fogo” de 20 de dezembro de 1971, da extinta TV Tupi, defende, ardorosamente, as Forças Armadas e a Ditadura em vigor, no país, naquela época medonha do “Ato Institucional nº 5”, mais conhecido como “AI-5” (assista-se ao arquivo da caixa de vídeo acima). Os argumentos de Chico foram curiosos, e senti uma camada subliminar de conteúdo no discurso do famoso médium e alma santa, de modo que, surpreendentemente, para mim mesmo, gostei do que ouvi, mas, simultaneamente, apesar de ter desdobrado um plano sutil de considerações, que julguei interessantes e defensáveis, padeci um misto de vergonha e apreensão, exatamente por estes sentimentos íntimos, em vista do absurdo crasso, em termos de filosofia política, que constitui uma ditadura, por contrariar os indiscutíveis ideais de democracia e liberdade individual, sobretudo se nos lembramos dos horrorosos abusos perpetrados nos bastidores da Ditadura daqueles macabros dias da pátria brasileira. Gostaria de ouvir sua opinião, concordando ou não com minhas ideias, por gentileza, se isso for possível e/ou autorizado.

(Espírito Gustavo Henrique) – Perfeitamente compreensíveis suas apreensões, pela probabilidade que o amigo considerou de, eventualmente, indicarem tendências retrógradas em matéria política, numa temática inteiramente resolvida, em ilações tidas como universalmente pacíficas, entre a média das mentes esclarecidas de qualquer ponto do Globo, como a indiscutibilidade, irrevogabilidade e universalidade dos direitos civis de ir e vir e de expressar as próprias opiniões – ainda que contrariem o “status quo” do ambiente social em que se esteja inserido e de que se faça parte.

A despeito deste ponto óbvio e incontestável, gostaria de, explicitando algumas de suas conclusões (e aduzindo outras), sobremaneira realçando o que compreendo mais relevante para o vulgo, esclarecer que é indispensável estabelecermos critérios de disciplina e discernimento, nesta era de relativismos excessivos, pois que certas manifestações do relativismo, ao se fazerem exacerbadas, favorecem a intromissão e elaboração de falácias e filáucias “sofismáticas”, mesmo em inteligências avantajadas (e talvez muito pior nestas, desde que desprovidas de maior estofo moral), escancarando as comportas d’alma a inclinações à permissividade e ao cinismo negativista, ao assassínio da fé, ao suicídio da dignidade pessoal… Isso porque, quando tudo é visto como compreensível e justificável, o império do eu – com seus aspectos mais mesquinhos de capricho e manipulação de poder – pode-se estabelecer, facilmente, a prejuízo de todas as pessoas que lhe sofram a influência, inclusive a própria promotora do egocentrismo desvairado.

Há uma necessidade irretorquível e truística, da parte de indivíduos e povos, por parâmetros seguros de equilíbrio, sensatez e ordem, para que não descambemos para o caos e a degradação dos mais preciosos patrimônios de civilização, inteligência e espiritualidade de que somos portadores e pelos quais, por conseguinte, somos responsáveis. Isso é de tal modo axiomático, que, para muitos, pode soar dispensável ser verbalizado. Mas é nisto que reside um dos mais soezes e devastadores perigos que a temática contempla, e, no meu entender particular, um sofisma habilmente urdido por gênios perversos da Outra Dimensão de Vida (a nossa): o fato de, nas margens do esquecimento do que deveria jamais ser olvidado, poder-se promover o resvalamento de pessoas e comunidades inteiras, para o despenhadeiro da degenerescência. Impérios aparentemente inexpugnáveis, como o Romano, desintegraram-se, por força da indisciplina, do relaxamento, do ócio, do vício de seus integrantes impregnados de irresponsabilidade e tédio – perda de propósito para viver.

A arrogância tem forte inclinação a casar-se com a preguiça, para que, juntas, rolem ao fosso de destruição que lhes é próprio – só que conduzindo, consigo, por tempo indeterminado, agrupamentos imensos de incautos cultores do menor esforço e da presunção desassisada.

Certas criaturas precisam ser alijadas do convívio social, como é tão de domínio comum reconhecer-se, por se fazerem provisoriamente (no carreiro evolucional) maléficas, de modo a que não gerem mal maior a si mesmas e ao bem comum. Eis por que existem presídios e tribunais na Terra. Ninguém, de sã consciência, ousaria dizê-los dispensáveis. Da mesma forma, comunidades, não importando de que dimensão – que funcionam como psiques coletivas –, podem carecer de “aprisionamento em regime carcerário”, por determinada extensão de tempo, para que recuperem o tônus de bom senso mínimo que lhes é imprescindível, para voltarem a atuar e interagir construtivamente, no concerto de intercâmbios que entretecem com outros agrupamentos humanos, de qualquer envergadura que sejam. Em determinados momentos históricos, assim, faz-se impreterível que personalidades transtornadas nos delírios megalomaníacos do poder – quando não facínoras encarapitados à condição de autoridades públicas, a acossarem comunidades inermes – careçam do vergaste da provação coletiva, para avançar no carreiro evolucional.

[Emílio Garrastazu Médici (1905-1985) e Getúlio Vargas (1882-1954), célebres ditadores-presidentes do Brasil, no século passado: o primeiro foi presidente na época da gravação do vídeo com Chico Xavier, que abre este artigo; e o segundo manteve-se por quase 20 anos, ao todo, na condução da nau brasileira. Foram dois homens responsáveis pelos mais famosos e históricos “booms” de desenvolvimento socioeconômico do país.]

Não estamos, de modo algum, com estas assertivas, pretendendo respaldar a tirania, golpes de Estado ou abusos de poder equivalentes, mas tão-só afirmar, categoricamente, que Deus não erra, e que, amiúde, por meio da mão despótica de uma mente atormentada em dédalos indevassáveis de complicações íntimas (ou de um punhado de psiques perversas e megalomaníacas), eventualmente guindada a cargo público de destaque, pode proceder a importantes ministérios de expurgo coletivo de viciações perigosas, favorecendo o andamento da evolução de determinado conjunto de almas.

A própria passividade com que certos povos se submetem ao talante de um autocrata degenerado e/ou psicótico revela que há forte imaturidade institucional na pátria que lhe permite a ascensão ao poder. E, em contrapartida, a indignação de determinados segmentos da sociedade, em relação à mão opressiva, bem como de indivíduos mais lúcidos que lhes compõem os tecidos e pugnam por liderar uma reação justa e necessária, indica já um primeiro efeito construtivo da presença deste déspota sobre os ombros de uma nação negligente e imatura. Ou seja: de forma alguma estamos alvitrando acomodação e subserviência frente ao abuso, mas procurando contemplá-lo de uma perspectiva mais ampla e alta, que lhe confere o propósito divino subjacente, de reversa maneira a pretextarmos ausência de Forças Protetoras, que estariam relegando populações inermes e “inocentes” ao jugo de um “monstro de insensibilidade”. Deus quer que a criatura socorra a si mesma e, depois, a seus irmãos em humanidade. Que cada um, destarte, seguindo tal imperativo universal da consciência e da sabedoria, aplique-o a si próprio, na interpretação do que veja errado em torno de si.

(BT) – E, em termos mais pragmáticos, como devemos aplicar estes conceitos ao nosso dia a dia?

(EGH) – Procurando estabelecer regras para si. Sem disciplina, não há progresso, amadurecimento, nem, muito menos, transcendência. Quem não estabelece freios e trilhos para si mesmo sofrerá coerções externas, muito mais dolorosas e menos produtivas que o incômodo que seria engendrado no empenho disciplinar. É o equivalente a alguém que ingere alcoólicos além da medida recomendada por cientistas e profissionais gabaritados da saúde. Como este sujeito não se impõe restrições, um acidente automobilístico que o imobilize na paraplegia ou uma cirrose fatal que lhe roube a vida física podem-lhe apresentar, em quadro dramático, a indiscutibilidade de nossos postulados.

(Interessante o Orientador Espiritual fazer alusão não só a freios, mas também a trilhos. Emmanuel, Guia Espiritual de Chico Xavier, utilizava a metáfora dos freios em um automóvel, para anunciar a importância da disciplina na vida de um indivíduo. Gustavo Henrique vai além, dizendo que, ainda quando se autoriza o movimento de si – desativados os freios, portanto –, deve a criatura entender a si própria como uma locomotiva, isto é: só pode se deslocar dentro do percurso imposto previamente pelos trilhos.)

(BT) – Mas não podemos ser rígidos demais e perder a espontaneidade que nos fomenta criatividade e flexibilidade, para nos adaptarmos aos avanços da modernidade e promover o próprio crescimento, saindo das cristalizações a que nos acomodamos?

(EGH) – Sem dúvida que pode haver excessos na aplicação da disciplina (como em tudo na vida), gerando rigidez. Não estou propondo prisões do comportamento. Sei que a pessoa medianamente lúcida compreenderá minha postulação, sem dificuldade. E, fazendo constar o óbvio nesta digressão, assim como ensinamos em sala de aula o bê-á-bá, lembremos que regras nasceram para ser quebradas, em determinadas circunstâncias, e, mormente, com os propósitos certos, justos e nobres, que lhes respaldem, adequadamente, a ruptura. Leis de conduta, que sejam salvadoras para um certo nível de entendimento da vida, podem se fazer castradoras a ponto de se tornarem fatais, no nível subsequente de consciência. E é por isso que regras podem ser revistas, e devem, inclusive, ser reavaliadas sistematicamente.

Mas a questão é que, pelo fato de haver este precedente e mesmo este dever de revisão do que seja devido, embutido no outro, correlato, de obediência a este dever, não se segue que não se deve seguir determinado princípio de ordem, enquanto estiver comprovadamente promovendo benefícios para o indivíduo e para os grupos de que ele faça parte. Não podemos utilizar, portanto, o argumento da necessidade de reconsiderações e ressignificações do valor de uma regra, para quebrarmo-la “a torto e a direito” ou para de imediato a considerarmos inválida – porquanto constituiria, como a cristalina lógica nos leva a inferir, uma racionalização da fuga ao dever, uma tentativa de justificar o injustificável: um pretexto para a indisciplina, o caos, o pânico, a destruição e a morte… em todos os sentidos…

(BT) – Muito agradecido, Padre Gustavo. O senhor nos ajudou muito.

(EGH) – Não há de quê. Mas ficaria feliz e me sentiria pago nesta “gratidão” dos que me lerem, se os leitores se aplicarem à confecção de uma “Constituição Pessoal”, ou seja: um conjunto de “leis para si mesmo”, de modo a que seja estabelecido, intramuros da própria existência, um “império da lei”. Nós, professores, ficamos felizes quando vemos que as recomendações de que fomos ou somos Canais de Deus, para Suas criaturas, fazem-se úteis, transformando e tornando mais felizes aqueles que têm contato com nossas proposições.

As pessoas de sucesso, os indivíduos eficazes e de talento, em qualquer área do saber e do conhecimento, já têm suas “Constituições”, embora não deem este nome ao conjunto de disciplinas que aplicam a si mesmos, nem talvez tenham consciência clara de tais regras. Mas o fato é que é impossível qualquer ordem de realização justa ou construtiva, sem a presença firme e atuante da disciplina. Mesmo empresas criminosas ou atos de malevolência submetem-se a regras (amiúde ainda mais rígidas no ambiente das trevas – como atestam dramaticamente os códigos de honra entre criminosos, cuja traição é paga com a própria vida).

Há duas opções apenas a não atender-se a nossa sugestão: continuar-se legislando em causa própria, inconsciente e atabalhoadamente (e, por isso, com menos eficácia), ou se entregar à força satânica da desordem, favorecendo a desagregação de todas as conquistas e feitos individuais e, por fim, tragicamente, a destruição de si mesmo e de tudo e todos que forem vulneráveis à própria influência pessoal – a começar, é claro, dos entes mais amados e dos projetos de vida mais sagrados a nossos corações.

(Diálogo travado em 8 de agosto de 2009.)

(Os responsáveis pela lavra da Constituição Norte-Americana – paradigma mundial de Lei Magna –, na “Convenção Constitucional de Filadélfia”, que se reuniu entre 25 de maio e 17 de setembro de 1787. Vê-se, sentado, no nível baixo, Benjamin Franklin, um dos mais influentes vultos e líderes da formação da pátria ianque.)


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