Ceticismo é um aspecto do refinamento da função racional que denominamos “pensar correto”: o criticismo que, para ser mais imparcial, deve se lastrear na autocrítica acurada e no escopo precípuo de conduzir o(a) cético(a) a uma interpretação mais realista e pragmática – e portanto mais lúcida – de seu mundo interior e das situações externas em que esteja inserido(a).

O distúrbio em sua aplicação aparece quando o indivíduo converte o que lhe constituiria ferramenta a evitar abordagens ingênuas e superficiais, a respeito de eventos, pessoas ou circunstâncias, em defesa do ego, em sua face destrutiva e autossabotadora, utilizando suas aptidões de inteligência e conhecimento contra si, na medida em que se afasta de uma perspectiva otimista e resolutiva das questões evolutivas que a existência naturalmente apresenta.

Como resultado desse desajuste, o sujeito descamba para a atitude suspeitosa, impermeável e inflexível à mudança, ao aprendizado, à experiência de se tornar uma pessoa progressivamente melhor, mais conscienciosa e mais humana – postura refratária essa que, em suas últimas consequências, pode fomentar no(a) incauto(a) o tormento de uma ótica cínica e niilista da vida.

A excelência da perspicácia leva a criatura a divisar, além de contextos problemáticos presentes, alternativas criativas de solução para o próprio e o bem das comunidades de que faça parte, para a paz e a prosperidade, em todos os sentidos.

Esse modo ultraperceptivo de criticismo saudável é apanágio de grandes realizadores(as) e líderes, em todas as áreas do saber e da ação humanos.

Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
5 de setembro de 2020