(Benjamin Teixeira de Aguiar)
– A questão do aquecimento global é cada vez mais alardeada pela imprensa, que me parece um tanto alarmista em torno do assunto. Você teria algo a dizer sobre isso, Eugênia?

(Eugênia-Aspásia) – Considera “alarmista” gritar a uma civilização inconsciente que ela está pondo em risco sua própria existência sobre o orbe, bem como a da maior parte das espécies vivas? Indispensável haver rigor na divulgação de dados científicos que encurralem definitivamente o interesse mesquinho, imediatista e irresponsável do hedonismo consumista que pervaga as comunidades humanas encarnadas na Terra da atualidade. Abordagens jornalísticas mais bombásticas, portanto, até certo ponto, são justificáveis.

A prova da necessidade premente de despertar coletivo para um patamar mais alto de lucidez, quanto à grave questão do desbarate inconsequente dos ecossistemas, é o próprio fato de a situação haver chegado à emergência do “aquecimento global”, para que só então uma aguda tomada de consciência começasse a se delinear, já motivada pelas catástrofes naturais que se intensificam e progressivamente se tornam mais frequentes.

Todavia, não acontecerá o pior, ou seja, a extinção da espécie humana sobre a crosta terrestre. Mas sobrevirão grandes cataclismos, até que cidadãos(ãs), governos e povos tomem de fato, na dimensão apropriada, as medidas que devem ser urgentemente aplicadas, para a sobrevivência da civilização humana de nosso globo.

Em outra ocasião, a propósito1, dissemos que a problemática ecológica mundial seria uma excelente ferramenta de união planetária por um único ideal, no sentido de diminuir os combates fratricidas e de ampliar o amor e o respeito entre pessoas e grupos. Na falta de meio melhor de congregar mentes, corações e recursos materiais, em prol de um interesse ou causa comum, a Divina Providência lança mão dos famigerados flagelos naturais2, a fim de acelerar o progresso da humanidade, como tantas vezes o fez, no transcurso dos séculos.

Dessarte, calamidades naturais, hecatombes bélicas e toda ordem de tragédias surgem como expedientes de última instância, para purificar as almas dos homens e mulheres, através do “cadinho do sofrimento” ou – em linguagem e conceitos mais contemporâneos – das crises que amadureçam psicológica e moralmente indivíduos e coletividades, aprimorando-lhes as percepções e libertando-os da canga bruta de ideias e valores equivocados, supérfluos ou mesmo perigosos, quais os preconceitos de raça, gênero, orientação sexual, classe etc.

(BTA) – Algo mais a dizer sobre a temática?

(EA) – Por ora, satisfeita.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
em diálogo com Eugênia-Aspásia (Espírito)
3 de fevereiro de 2007

1. Tragédia na Ásia (diálogo mediúnico), Benjamin Teixeira de Aguiar (médium) e Eugênia-Aspásia (Espírito), 2005.
(Nota da equipe editorial)

2. Vide questão 737 de “O Livro dos Espíritos”.
(Nota da interlocutora espiritual)