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(A “Outra” mulheres dignas, aos milhares, são relegadas a uma condição de clandestinidade social e degredo moral, abominadas por não se enquadrarem nas convenções em vigor.)

Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Gustavo Henrique.

Deixe de bobagem, (…), que só pode existir a “outra”, quando existe “uma”. E, no entanto, como você me historiou, ele já vem com uma relação problemática há muito tempo. Relações problemáticas, amiúde, são relações já mortas. Intuí que era o caso, quando você me falou a respeito – uma intuição muito clara, o que nem sempre me ocorre, nestas circunstâncias.

Logo, fique em paz e siga seu coração, porque Deus abomina preconceitos, e o Cristo deixou isso bem claro, cercando-se de “gente de má fama”. Por um princípio elementar: evolução implica quebra de paradigmas, de sistemas atuais, para a introdução de sistemas novos. Ora, é exatamente isso que o “preconceito” tenta impedir: a admissão de novos conceitos, novas ideias, novos padrões de comportamento, de ética e de moralidade, porque, como a história revela, a moralidade é também circunstancial, condicionada a parâmetros de cultura, local e época. Uma breve análise panorâmica dos registros históricos deixa isso bem claro!

E mais: ainda que fosse uma relação sólida (digo: do casamento do rapaz!)… Qual o problema em que você esteja engatando um novo laço afetivo com ele? Por que uma empresa pode procurar um funcionário de outra, oferecendo-lhe condições melhores de trabalho – o que não é considerado antiético –, mas, quando se trata de uma relação conjugal, a “coisa muda de figura”? Não existem duas éticas – não podem existir, ou não teríamos nenhuma, porque seria cínico mudarmos nossos princípios, ao alvedrio de nosso interesse pessoal, de nossas paixões possessivas, como as que desdobramos nos relacionamentos a dois. Há esta distinção entre vida profissional e afetiva, apenas para que se perpetuem sistemas de controle e manipulação sobre parceiros, e não por amor, visto que, quando se ama a alguém, quer-se o bem dessa pessoa, ainda que se perca algo nesse ganho do outro, como acontece em relação a filhos (mais frequentemente – porquanto há os pais doentes que tentam e amiúde logram sufocar a felicidade dos filhos), já que desejamos ver felizes os filhos, mesmo que longe de nós, mesmo que soframos muito com o distanciamento deles.

Lembre-se de que você é salto-quantista. Jesus foi à praça pública defender, pessoalmente, a mulher adúltera, exprimindo, em palavras indiretas, que o “pecado” dela era muito menor do que o da turba de homens preconceituosos, tirânicos e manipuladores que a pretendiam lapidar. Curioso: ela estava mantendo relação com um homem que amava, e não com o que lhe foi imposto por ordem paterna. E eles a queriam apedrejar viva! Que desplante! Enquanto ela era uma mulher à frente de seu tempo, eles não passavam de assassinos aglomerados, ainda mais submetidos à hipnose fanática de estarem eliminando o mal… no outro… no caso: na outrA!!!!

Recorde-se, outrossim, daquele princípio de que as personalidades masculinas dificilmente se desvinculam de uma relação conjugal, sem já ter outra em vista, e já consolidada – isto é: não apenas observada em caráter especulativo ou mesmo de palavra empenhada, e sim uma outra relação estabelecida e segura.

Inúmeras foram as mulheres de grande decoro e dignidade, por mim tratadas em consultório, que me revelaram, em lágrimas muitas delas, haver-se envolvido com homens casados, contra sua formação, inclusive dizendo que condenaram, durante toda a vida, mulheres que se enredavam em situação similar. Padrões de ideal são uma coisa; a vida real é outra, inteiramente distinta. E podemos, mesmo sob o peso dessa injunção, viver a espiritualidade – que é pós-ética, porque segue a consciência e o coração, em cada circunstância, e não a convenção, que é tirânica e estúpida, por não considerar, nem querer considerar, as particularidades singulares, envolvidas em cada caso que pretende “controlar”, pelas normas de conduta ditadas a todos, indistintamente.

A duplicidade momentânea, em caráter de transição entre um e outro relacionamento conjugal, muito embora não se possa dizer desejável ou plenamente correta, em termos psicológicos, jamais pode ser taxada aprioristicamente de imoral, constituindo fenômeno corriqueiro, que se deve encarar com naturalidade, presente em todas as comunidades humanas, de qualquer época e lugar.

Por outro lado, não podemos balizar nossas vidas afetivas, conforme nossos padrões morais de foro íntimo, quando terceiros estão em jogo. Em outras palavras, não se pode fazer “estupro” evolutivo em ninguém. Eu posso querer passar por uma fase de “desintoxicação” emocional da relação afetiva anterior que vivi, enquanto me preparo para outro relacionamento, livre de condicionamentos infelizes (ótimo para mim: já sou mais maduro), mas o meu candidato a cônjuge pode ter sistema psicológico diverso do meu, preferindo operacionalizar suas rupturas matrimoniais por meio de substituição gradativa de um casamento por outro. Quem sou eu para definir como ele ou ela deve agir? Posso determinar (e olhe lá se isso não é vaidade excessiva!) que não serei a ponta do triângulo, mas não exigir que o outro concorde comigo e, ainda mais, siga a minha cartilha de comportamento, acusando-o de indecente, bem como, às vezes, à terceira pessoa envolvida, apenas porque estou em alinhamento com a moral da maioria – quase sempre a menos certa, justamente por representar a opinião da maioria e o nível de evolução social conquistado, que terá que ser superado, pela próxima etapa evolutiva, neste âmbito da vida humana. Esta gritaria de anatematização do “errado”, por sinal, é feita normalmente por quem está “perdendo”, pelo lado “traído”, sem considerarmos todo o pesadelo vivido pela pessoa que toma a iniciativa de sair do casamento. Com frequência, observamos homens decentíssimos, cansados da tirania irresponsável de certas mulheres, manipuladoras do afeto e conceito que os filhos fazem deles, bruxas vestidas de “mães de família”, que pretendem mantê-los à força na relação conjugal, à custa de destruir ou dificultar o vínculo e o afeto que esses pais tenham com seus rebentos – isso quando não vemos acontecer o mesmo, por questões financeiras, o que não é raro…

Ah… as hipocrisias sociais!… Ah, como vamos tomar grandes surpresas, quando chegarmos do Outro Lado da Vida, e descobrirmos que boa parte das pessoas que julgávamos decentes era representante das forças da estagnação, do retrocesso, do interesse pessoal contra o coletivo, do passado que pretendia, com carro de boi, deter o comboio elétrico e irrefreável do progresso!…

As vaidades e as convenções sociais costumam estar envolvidas nestas tolices da triangulação de casais, e nem sequer incluímos os casos de duplicidade permanente, em que certas personalidades, de perfil psicológico estruturalmente bígamo, mantêm mais de uma relação, paralelamente, durante anos sucessivos, amiúde sem que uma ou as duas partes tomem nota do que ocorre; mas, às vezes, apesar do pesado tabu em torno do assunto, todos os envolvidos têm pleno conhecimento do que se passa. Será que é por aí que as pessoas definem seu caráter? Mais uma vez, a ferida coletiva do sexo. Ficamos atrás de saber se alguém é gay, se está traindo o cônjuge, se está disposto a ser escravizado numa “relação eterna”, entre outros, em vez de averiguarmos se a criatura está produzindo para o bem comum…

Quanto destas bobagens que são vistas como “horror”, pelos moralistas de hoje, cairão por terra, dentro de algumas décadas? Não se trata de especulação. Estou expendendo uma convicção, baseada num padrão histórico, que não sofreu evidências em contrário até o presente momento! Quantas das condutas atualmente tidas como normais, saudáveis e legais eram impensáveis noutro tempo, quando não podiam ser aceitas por dignas e espirituais? O divórcio, a atividade sexual feminina antes do casamento ou a homossexualidade, por exemplo, eram consideradas abominações, comumente pagas com a morte – havendo, ainda hoje, lastimavelmente, quem sustente serem condenáveis tais práticas.

Ninguém deve pautar sua existência, em função da moral comum, dos costumes em vigor, da opinião média da sociedade de que faz parte. Claro que se não deve afrontar o “status quo” moral, mas desde que a própria intimidade seja preservada – ou seja: a moral da sociedade não pode violar a privacidade individual, ditando normas ao coração e à vida íntima da pessoa. Esta sagrada inviolabilidade da vida privada, com a condição de que se não esteja perpetrando um crime previsto em lei, é princípio democrático amplamente difundido e consolidado nas sociedades em que impere o Estado de Direito, como a nossa, a brasileira, graças a Deus!… e rapidamente se alastra pelo mundo civilizado inteiro… e deve continuar, pois que sua negação é a base de toda a selvageria e malevolência que vêm fomentando guerras de extinção, terrorismo religioso ou político e toda ordem de luta fratricida que nos tem manchado a história e ameaçado a sobrevivência, no futuro, de nossa humanidade na Terra: a intolerância!!!…

Confiando-nos a Nossa Senhora,

Seu Mamin.

(*) Respondendo a e-mail de uma companheira em ideal, o Espírito Gustavo Henrique fez-se presente e conduziu-me, psicografando esta peça de defesa da legítima moralidade, numa era permeada de hipocrisias, mas pautada pela campanha epopeica e histórica da quebra das mais clássicas e mesquinhas formas de preconceito ainda em vigor nas sociedades humanas.

(Nota do Médium)


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