(Registros da Mediunidade – 08.)

Benjamin Teixeira e o
espírito
Eugênia.

Em viagem breve de dois dias, a pedido da Espiritualidade Amiga, à capital da República, visitando alguns velhos amigos, a serviço de nossa Causa de divulgação dos ideais espirituais, numa abordagem atual, levantei-me, acompanhado do estimadíssimo irmão em ideal Delano Mothé, para breve ducha quente, após 3h de sono minhas, 3h30 dele (igualmente workaholic, como eu; ou, conforme se diz atualmente, para diferenciar os compulsivos no trabalho dos vocacionados felizes no que fazem: “worklovers”), corridos nos preparativos para nos dirigir ao aeroporto. Em questão de poucos minutos, um quadro mental se me abriu à retentiva psíquica, e recebi, em linhas gerais, o conjunto de conceitos que se seguem, de nossa adorável Mestra espiritual. Partilhei com o beletrista chefe do departamento editorial e de revisão de nossa Organização; e, compreendendo a importância do tema, em seu caráter universal e intemporal, solicitei da grande Preceptora que, se possível, ditasse Ela própria uma súmula da microaula que me foi lecionada. Segue-se o que Eugênia psicografou, na velocidade possível à digitação, antes mesmo que eu abandonasse o quarto de hotel em que estávamos hospedados.

A fofoca, no ser humano, é instintiva – é o que nos afirma a ciência terrena, em seus últimos desdobramentos, os mesmos que revelam também a mentira e o estupro terem estofo em impulsos primordiais da psique humana. Todos constituíam recursos para a sobrevivência em comunidades primitivas, quando não se dispunham de ferramentas melhores que a ciência, o jornalismo, a psicologia e o estado de direito. Logo, os que apelam para tais expedientes demonstram estar excessivamente sintonizados com os aspectos mais primitivos de si próprios e da espécie, distanciados, pois, das manifestações sublimes, tanto de si como do gênero humano.

Obviamente, aqui não aludimos a métodos da educação, que se utiliza de experiências alheias para a instrução eficaz (sem a intenção de depreciar e, quanto possível, sem citação de nomes, para não identificar personalidades ainda encarnadas, que possam ser constrangidas), nem fazemos qualquer referência à necessária quebra de sigilo, quando vidas correm risco e precisamos salvar pessoas, como é o caso de um assassino potencial que resolve confidenciar-se com um psicoterapeuta, dando claros indícios de que subtrairá a vida de alguém – este profissional tem o dever moral de comunicar às autoridades constituídas o risco de homicídio a ser perpetrado. O código de ética de psicanalistas, psiquiatras e psicólogos inclui este item melindroso de seu compromisso com o “segredo e privacidade alheios”.

Ao parar neste ponto, supus que a querida Mestra me estivesse suspendendo a escrita paranormal, para não me provocar a perda do voo. Só que, agora, em plena rota aérea de retorno a Aracaju, sede do Q.G. de nosso Instituto, recebo da própria Orientadora desencarnada a notícia de que não mais se estenderia no tema, nesta ocasião, pedindo que publicasse o conteúdo. Intuí que deveria apresentar um contexto para este material, e a ilustre Dama do Plano Sublime aquiesceu às minhas impressões íntimas, autorizando-me redigir esta página. Espero que o prezado leitor usufrua, tanto quanto imagino possível, pela riqueza envolvida na temática.


(Texto recebido e redigido, tanto em sua parte mediúnica, quanto na não-mediúnica, em 15 de maio de 2009. Revisão de Delano Mothé.)