Se você pende para o conservadorismo sem freios, torna-se reacionário(a) e opressor(a), não só tiranizando pessoas e grupos, mas se fazendo, a alto preço cármico, um entrave à evolução de indivíduos e coletividades.

Se, de reversa maneira, você se inclina à liberdade e ao progresso, sem os parâmetros da disciplina, facilmente derrapará para a permissividade e a perda de referenciais de dignidade e paz para si e para terceiros, desmantelando a preservação das boas tradições, que propiciam a solidez das estruturas sociais.

Em toda escolha de vida que faça ou atitude que adote, ao facear circunstâncias, impasses, pessoas, problemas, crises ou mesmo surpresas felizes, envide esforços no sentido de encontrar pontos de equilíbrio, fluxos de sensatez e abordagens de responsabilidade, em prol do próprio e do bem de outras criaturas envolvidas, direta ou indiretamente, na situação em que se veja inserido(a).

Procure manter-se alerta contra posturas extremistas, suas ou de seus semelhantes, e particularmente focado(a) no exercício da autocrítica, porquanto, quase sempre, quem descamba para condutas polarizadas eclipsa o bom senso em um pântano de justificativas esfarrapadas que só soam tétricas e até ridículas para aqueles(as) que observem, de uma perspectiva externa, esses(as) agentes do caos.

Diante de quadros complexos de polarização exacerbada, seja fraterno(a), paciente e compreensivo(a). Todavia, tenha muito cuidado para não converter tolerância com a divergência em cumplicidade com o crime, em conivência com o desmazelo moral e em complacência com a blasfêmia, no campo espiritual.

Vale reiterar a lição em forma de binômio paradoxal que o Cristo-Verbo Jesus legou à humanidade terrestre, ao asseverar que não viera trazer a paz, mas a espada¹, embora igualmente haja afirmado oferecer a paz d’Ele a Seus(Suas) discípulos(as) – não a paz como o mundo a conceitua.²

Destarte, não se permita enveredar pelo relativismo excessivo, pelos sofismas perigosos da licenciosidade desbragada dos(as) que tudo pretendem abarcar, desconectando-se de critérios sérios de caráter, de princípios, de respeito à própria e à humanidade do próximo.

Defina, assim, com o máximo de consciência, racionalidade e espírito solidário, em que lado do campo de batalha entre o bem e o mal você se deve colocar. E então, sem maniqueísmo rasteiro nem laivos nocivos e amiúde utópicos de se fixar em extremos, ponha-se, paradoxalmente, no eixo do senso de propósito ao bem comum, o que, das mais óbvias às mais sutis questões, dos mais primários aos mais complexos contextos, favorecer-lhe-á a tomada de decisão mais acertada, dentro do que se possa esperar e cobrar do seu atual grau de entendimento e coragem para se expressar e agir, no seio das comunidades de que seja partícipe.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Aracaju, Sergipe, Brasil
10 de janeiro de 2024

1. Mateus 10:34.

2. João 14:27.