Maria Cristo, a Senhora que trouxe a Voz da Verdade para a Terra, ajude-nos a parir, no imo de nós mesmos(as), a cada dia, a voz de nossa consciência, tão abafada em sua luz bruxuleante, tantas vezes frágil ou quase apagada. Acenda-nos o fogo sagrado de nossos espíritos eternos!
Maria, que esteve aos pés de Jesus no instante da crucificação, que nunca O abandonou, que não nos abandona jamais. Embora frequentemente nos sintamos relegados(as) ao desamparo, somos sempre acompanhados(as) de perto por Seu amor sacrossanto, Mãe de todas as mães, Mãe cuja bondade transcende o somatório da santidade de todos(as) os(as) mártires e almas sacrificadas que já desceram à ribalta da reencarnação.
A Senhora, que Se sacrificou em silêncio, ministrando-nos, entrementes, a axial lição “Fazei tudo o que Ele vos disser”¹, auxilie-nos a ouvir Jesus realmente, a de fato seguir as exortações do Cristo-Verbo, a nos transformar em autênticos(as) agentes do bem, a nos manter na trilha da essencialidade, da transcendentalidade, dos impulsos mais subidos do próprio coração.
Proteja-nos de nossa vocação ao abismo, Cristo-Mãe. Não permita que nos precipitemos, hebetados(as), nos vales da psicopatologia, do narcisismo, dos jogos de manipulação, dos horrores da guerra, sobremaneira a que deflagramos dentro de nós mesmos(as), em conflitos intestinos e aflições viscerais, em ânsias escondidas que se degeneram em viciações, em cinismo que explode em gargalhadas contra o Céu, em evocações infernais.
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Salve-nos, Maria, de nossas loucuras e ilusões, das hipnoses culturais e preocupações excessivas com a vida física, com interesses imediatistas, egoísticos, familiares, financeiros, tudo que diga respeito ao profano, ao trivial, ao fugaz. Que sacralizemos o banal, em vez de banalizar o sagrado. Não vulgarizemos o excelso, não demos as costas à graça celeste, para que não convertamos nossa estada no orbe em uma sequência interminável de desgraças, de terríveis e excruciantes vicissitudes perfeitamente evitáveis.
A dor e as provações existem, mas não precisam ser tão soezes, se soubermos respeitar a imanência divinal em nossa interioridade. Não estabeleçamos pactos com a conveniência do momento, cristalizando-nos na aparência agradável e sorridente. Que expressemos afabilidade e cortesia, quanto possível, mas nunca ao preço da honestidade, da consistência moral, da sintonia com nossa consciência.
Quem profana, adultera, conspurca a própria alma, ao inverter a ordem das prioridades e colocar a conveniência à frente da consciência, sofre as consequências já no presente e, muito mais, adiante, por conta do acúmulo cármico, faceando o vazio existencial, o “horror vacui” que – creia-se ou não nessa realidade – atrai energias e presenças diabólicas.
Libertemo-nos do torpor que nos imobiliza. Recusemos a ideia de que o caminho da felicidade é uma rota de facilidades, acomodações e fuga aos necessários processos de aprendizado. Suspendamos as lamentações. Por que tanto reclamamos, sacrílegos, blasfemas, em lugar de sorrir e agradecer pelos testes que nos são enviados por Deus? Entendamos que os desconfortos passageiros de hoje costumam propiciar o melhor e o permanente no amanhã.
Crianças, quando atentas, facilmente compreendem que devem frequentar a escola, que a vida não é um parque de diversões. Adolescentes sabem, da mesma sorte, que, se não estudarem agora, estarão sujeitos(as) a padecer uma reprovação a posteriori. Muitos(as) adultos(as), no entanto, resolvem abdicar de um nível mínimo de lucidez para suporem que a jornada evolutiva seria permeada de atalhos e enganações.
Encontrar a verdade parcial e relativa que possamos descortinar por nós próprios(as), eis o desafio. Contrariar amigos(as) ou mesmo entes queridos que pretendam prejudicar nossa busca de autorrealização profunda, eis o desafio. Se a consciência nos pede, se a Voz de Deus que ressoa em nossas consciências nos solicita, eis o nosso chamado, eis a vereda da genuína bem-aventurança, eis o empíreo que nos aguarda.
Nada disso é utopia. Uma distopia, sim, estaremos paulatinamente engendrando em nossos destinos, sempre que ignorarmos a voz da consciência e denegarmos a máxima crística basilar: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e o demais se vos acrescentarᔲ. Incautos(as) que escolhem o mundo e suas injustiças acabam perdendo tudo, cedo ou tarde, inclusive aquilo que imaginavam preservar.
Primeiro, nossa conexão com Deus, em prece e meditação, por meio de disciplinas íntimas ou coletivas, conforme propõem todas as religiofilosofias e tradições espirituais sérias. A propósito, Nosso Mestre e Senhor Jesus igualmente preconizou: “Onde dois(duas) ou mais estiverem unidos(as), em meu nome, far-me-ei presente em meio a eles(as)”³.
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Podemos e devemos canalizar a Voz da Verdade, pela inspiração, pelo bom senso, pela boa vontade. Quem não se faz agente do bem se põe em vias de se tornar, tragicamente, aliado(a) das forças do mal.
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Invistamos em nossa comunhão com a Divindade. Dediquemos pelo menos um quarto de hora ao exercício meditativo-oracional diário. Realizemos a prática do Evangelho, também todos os dias. Reunamo-nos, semanalmente, em família espiritual, em assembleia de irmãos(ãs) em ideal, assim como equipes se formam para empreendimentos acadêmicos, profissionais, científicos. Menoscabar o primacial é transmutar o impulso à transcendência em vertigem de queda na concupiscência, na decadência, na degenerescência…⁴
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Diante do “impossível”⁵ que acontece na Sociedade Maria Cristo, com inequívocos Endossos Divinos a confirmarem o discurso aqui propalado, alguns(umas) ainda preferem renunciar à lógica e às probabilidades matemáticas, declarando-se pessoas não racionais, pouco inteligentes e faltas de consciência.
Por que exigimos mais sinais do Céu? Por que não estamos satisfeitos(as) e gratos(as), no âmago de nossos corações? Por que não nos pomos agora mesmo genuflexos(as), aos pés dos Cristos de Deus?
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Socorra-nos, Maria Cristo! Ajude-nos a vencer nossas fraquezas, nossas lamúrias, nossa postura claudicante, que nos leva a preterir o essencial e a nos preocupar demasiadamente em apagar incêndios de urgências, esquecidos(as) de que o fundamental, quando atendido, nos favorece a resolução de todos os nossos reais problemas.
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Do alto da cruz, Jesus legou à Senhora a humanidade terrena, personificada no apóstolo João: “Eis aí tua Mãe”⁶. O Paráclito prometido é a Mãe que nunca nos abandonaria, que está conosco, século sobre século. Jesus nos acompanha, a Senhora nos sustenta. Jesus nos inspira, a Senhora nos conforta, nos levanta, nos preenche os corações. Jesus representa a verdade, o esclarecimento, a libertação; a Senhora, o amor, o acolhimento, a vida!
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Refletindo a Face Maternal de Deus, de Suprema Bondade, Perfeita Sabedoria e Infinita Misericórdia, Maria nos ama sempre! Por que temer ou nos angustiar? Não nos deixemos intoxicar por vetores do caos ou por asseclas do mal. Não acreditemos nessas vozes ciciantes que lutam por nos seduzir e nos manietar com seus tentáculos hipnóticos: “Coitadinho(a)! Você não merecia isso!…” Nós precisamos!!! Aproveitemos as tribulações da existência para despertar, enquanto é dia!
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A semente é lançada na cova escura da terra, encharcada por todos os lados, envolvida em podridão. Depois de incubada, irrigada e adubada, arrebenta-se para ressurgir como plântula de árvore robusta e frutífera.
Não é possível o crescimento, sem o cinzel da dor; o amadurecimento, sem o crivo dos desafios; a transcendência, sem o piso da imanência. Não se trata de apologia ao sofrimento ou de masoquismo emocional, de modo algum, e sim de combate à patologia do imediatismo, do culto ao prazer, da fixação hedonista. Jamais proporíamos o retorno aos horrores medievais, mas tampouco estimularíamos o terror da completa decadência que campeia na pós-modernidade.
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Pelo pensar, pelo sentir e pelo agir, vivamos a fraternidade, a benevolência, a decência, a coerência com os ideais que esposamos, para não nos entregarmos às forças da desagregação com que, não raro sorridentes, nos comprazemos, julgando-nos perspicazes e inteligentes, sem nos darmos conta de que jazemos escravos(as) de gênios das trevas, da perturbação, da malevolência.
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Quem não for devoto(a) de Maria, que se consagre a Jesus. Quem não quiser se dirigir à Maternidade Crística, que invoque a Paternidade Celeste ou outras Potestades Angelicais, quaisquer que sejam, a fim de coroar a voz da consciência no cerne do próprio coração. Busquemos, a cada momento, discernir nossa verdade pessoal, entronizando-a no altar de nossas almas, como referencial máximo a escutar, a atender, a reverenciar.
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Arrostemos as naturais provações da vida, sem reclamações pueris, mas com galhardia, com altivez, com a maturidade da ancianidade sábia. Todos(as) envelhecemos, mas poucos(as) são os(as) que priorizamos a conquista da sabedoria. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres”⁷, asseverou o Cristo-Verbo Jesus.
Somente o conhecimento de nossa verdade primordial, ainda que amiúde se nos afigure precária, parca, difusa, pode nos resguardar das induções da aparência e dos ditames da conveniência social, concitando-nos ao espírito de dever a cumprir, de serviço a prestar ao bem comum, no seio da família ou no âmbito do trabalho, em qualquer ambiente ou circunstância.
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A Vontade de Deus constitui, invariavelmente, nossa verdadeira felicidade. Tudo o mais é ilusão, tudo o mais passa. Amanhã, eventualmente alguém se confiará ao desespero, enfrentando uma enfermidade grave que lhe ameace a sobrevivência orgânica. Adiante, outrem faceará a mesma experiência e se sentirá premiado(a), resgatado(a), alforriado(a). Ante as grandes ou pequenas vicissitudes, procuremos desvendar os propósitos evolutivos que lhes subjazem e agradeçamos sempre à Divina Providência, inalteravelmente supraordenadora e benevolente.
Seja bem-vinda aos nossos corações, Mãe Celeste!
Salve, Maria Cristo!
1. João 2:5.
2. Mateus 6:33.
3. Mateus 18:20.
4. Vide seções “Prática do Evangelho (como realizar)” e “Dicas para orar e meditar”.
5. Vide seções “Fenômeno das Não Mortes” e “Endossos Divinos – o que são e para que existem?”.
6. João 19:27.
7. João 8:32.