Para a prática de seus trabalhos mediúnicos, ainda algumas considerações devem ser levadas a sério:
Se o indivíduo sofre de cardiopatias ou fragilidades neurovasculares (como um histórico clínico que contenha isquemias ou AVC’s) não pode funcionar, de modo algum, como médium de incorporação. A atividade cardiovascular é extremamente intensificada, em certos transes mediúnicos mais dolorosos, pelo que se segue grande risco de saúde e mesmo de vida, para quem não esteja em condições físicas para tanto.
Se o indivíduo tem propensões psicóticas, profundamente enraizadas, dito por diagnóstico psiquiátrico abalizado, também está proibido não só de fazer psicofonia, como também de participar, mesmo em caráter de visitante, de tais reuniões de caráter sagrado, mas extremamente perigosas para quem já tenha a mente susceptível a delírios e induções mentais desagregantes. Não só entidades malévolas ou simplesmente sofredoras podem desarranjar, por indução mental, voluntária ou involuntária, a mente do companheiro enfermo mental, como ainda o simples fato de aproximar-se um psicótico de transes mediúnicos pode intensificar sua inclinação à fragmentação psíquica, ainda que haja manifestação de mentores. Somente egos bem constituídos podem suportar a presença de outras mentes “dentro” da sua própria psique, sem que com isso seja promovida uma severa crise de identidade.
Se a pessoa tem tendência criminógena fortemente definida, deve mui gentilmente ser afastada do grupo, a fim de que não simule, manipule ou use as informações de alta importância ali reveladas, indevidamente. Quem tem o caráter corrompido deve ser conduzido à prática da caridade mais direta, como a assistência a necessitados de pão e teto, a fim de que, em contato com a dor alheia mais física, suavize e amoleça sua dureza de espírito. Nem toda criança tem acesso ao laboratório da escola. Somente aquelas que estejam em condições de manusear o material explosivo ali disponível e, ainda assim, com supervisão de professores e responsáveis. O mesmo se pode entender da reunião mediúnica, mister seriíssimo e de alta expressão moral que não pode ser facultado a qualquer curioso de caráter duvidoso que queira se inscrever em seus circuitos de atividade, tanto quanto também não se permitiria que um psicopata esquartejador tivesse acesso a uma sala de cirurgia, à guisa de caridade fraterna.
Todos os componentes da reunião mediúnica devem participar de qualquer atividade caritativa, preferencialmente em grupo, ou em subgrupos formados por ordem de interesse afetivo e condições de tempo e de locomoção. Alguns, por exemplo, podem reunir-se para visitar orfanatos, outros se dedicarem a conversar com anciães abandonados pela família no ocaso da vida, outros tantos se concentrarão na cobertura psicológica a enfermos indigentes nas enfermarias de hospitais públicos, outros mais se preocuparão com os famintos do corpo e do espírito. Pequenos gestos de amor e solidariedade, como levar uma cesta básica a casa pobre e lá fazer um “Culto do Evangelho”, em respeito à condição de um lar que ali está constituído, que também precisa de luz espiritual, representam pequenos atos de bondade e espiritualidade impagáveis.
Por fim, não deixar de, individualmente e em grupo, desenvolver estudos e pesquisas na área, a fim de dilatar conhecimentos e favorecer o domínio de tão complexa atividade, como do intercâmbio entre as duas dimensões de Vida.
Eis alguns tópicos ligeiros que julgamos de bom alvitre aqui trazer, a fim de que haja mais segurança e equilíbrio na prática complexa e sagrada da mediunidade.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Gustavo Henrique (Espírito)
31 de agosto de 2003
(*) Esta mensagem é um complemento para a de Eugênia, recém-publicada, sobre o assunto, neste site, sob o título: “(…)”, que você pode acessar clicando no canto superior esquerdo da tela de seu PC, em “mensagens anteriores”.
(Nota do Médium).