por Benjamin Teixeira.

Quando os padecimentos lancinantes da vida ultrapassam os limites da tolerância;
Quando se escreve a vida com a tinta ácida das lágrimas;
Ou quando a dor nem mais se converte em pranto;
Quando a total desesperança devasta furiosa os terrenos já áridos do coração sofrido;
A que ou a quem recorrer?
Se coisa nenhuma serve de motivação, onde se encontrar uma flama de vida?
Se toda razão parece confusa e toda rocha de fé se desfaz em areia, onde buscar a “tábua de salvação”?
Quando mesmo Deus parece distante e o chão se esfuma em irrealidade, em que se apoiar?
Se tudo parece esvair-se em nada, que fazer?

Maria é a resposta.
Maria é a saída.
Maria é o refúgio.
Maria… Cadência divina a nos acalentar ao escopro da dor;
Oásis de ternura a nos refrigerar as almas ressequidas no deserto causticante dos sentimentos humanos;
Advogada celeste dos aflitos, intercessora universal dos caídos;
Embaixadora divina da humanidade dorida, interventora do Amor nos vales abismais de lágrimas;
Reduto maternal de todos os órfãos da vida, dos órfãos de vida…
O Coração Personificado… Corporificação da Esperança.
Última-primeira esperança dos desgraçados.
Dique amoroso que represa o desespero e instala o otimismo.
Fonte inesgotável de vida que debela a morte espiritual com a vertente copiosa de seu Augusto Amor.
Pontífice do Cristo, Caminho para Deus.
O mundo, em voz metálica, diz “não” a toda manifestação mais pura de vida.
Maria, em voz angélica, diz “Sim” à Vida que veio habitar entre nós.
O mundo, prolixo, compila compêndios para explicar as coisas, sem explicar o ser.
Maria, lacônica, quebra o seu silêncio tumular para encerrar toda a sabedoria humana numa síntese sem par:
“Façam o que Ele disser”.
O mundo, inquieto, tergiversa ao dever nas fugas vergonhosas e trágicas pelos desvãos do prazer fugaz.
Maria, sacrificada e santificada na responsabilidade, em exemplificação a mais lídima de que se tem conhecimento (afora a de Seu Filho semi-Divino), de coragem e disciplina (maiores que as da soma dos mais intrépidos generais de todos os tempos idos), de amor e confiança incondicionais no Deus-Bondade e de sujeição completa aos Seus desígnios inescrutáveis, mas sempre Justos (mais que a do conjunto de todos os beneméritos mártires e santos da História), lavra sua própria sentença para jamais se apartar de seu jugo:
“Eis a escrava do Senhor.”

Você, irmão, cansado do mundo e de seus embustes, que contém a custo o pranto que se coagula e se calcifica no peito, asfixiando-lhe a alma;
Você, perdido da vida entre infinitos rumos;
Náufrago da felicidade que soçobrou sob os apupos dos inimigos e a indiferença dos queridos;
Você, que cata, humilde e genuflexo, os fragmentos de seus mais santos ideais, que o mundo estilhaçou;
Confie n’Aquela a Quem Deus confiou o Eleito.
Confie na Mãe-Maior, que fez do seu coração uma ponte direta para o Criador, e a Quem o Salvador encomendou a humanidade-órfã, como última vontade sobre o orbe, e O acompanhou por toda a vida, todo sentimento e desvelo, até os pés da Cruz, quando o Cristo, sob o império de indescritível sofrimento, esquecido pelo mundo e pela vida… Ele, que dera a própria Vida por todos, depreca, simbólica e inolvidavelmente:
“Pai, por que me abandonastes?”
Maria, entretanto, chorosa e humílima a seus pés, jamais O abandonou.

(Artigo publicado no “Jornal da Manhã”, de Aracaju, Sergipe, em 22 de dezembro de 1990.)

(*) 20 Anos do Instituto Salto Quântico.

No dia de hoje, 18 de fevereiro de 2008, completam-se 20 anos de existência do Instituto Salto Quântico. Neste mesmo dia e mês, em 1988, aos 17 anos de idade, fiz a minha primeira “pregação espírita”, levando a aderir às hostes espiritistas de pensamento uma de minhas irmãs, que muitos dos amigos conhecem, como maviosa cantora lírica e mestra em canto operístico: Marilia. Em julho do mesmo ano, pela primeira vez também, nesta reencarnação, veria a adorável mentora espiritual Eugênia, em inesquecível e seminal experiência fora do corpo.

A parte pública da Organização só surgiria em 26 de abril de 1990, com a publicação do artigo “A Dor”, no extinto “Jornal da Manhã”, de Aracaju, Sergipe (eu completava, neste outro dia-marco zero, exatos 19 anos e meio de vida, na presente reencarnação). Mais alguns poucos textos foram trazidos a lume, pelo mesmo periódico, no transcurso daquele ano. O último deles figurou na edição de 22 de dezembro – este que agora oferecemos, como “mensagem do dia”, neste sítio eletrônico.

As construções fraseológicas e a pontuação foram rigorosamente mantidos, demonstrando o primor da atuação dos bons espíritos, através de um jovem de 20 anos recém-completados. Fica muito evidente não poder tratar-se de um quase-adolescente escrevendo. Embora não me sentisse, à época, com segurança mediúnica suficiente para subscrever a autoria espiritual, já estava, visivelmente (para mim), trabalhando em parceria com os orientadores desencarnados.

Dirijo aos prezados internautas, leitores, seguidores, amigos e admiradores do trabalho da sábia e santa Eugênia e seu séquito de companheiros ilustres do domínio extrafísico de existência, meu pedido de que aponham nossa Instituição em suas preces intercessórias, incluindo a minha pessoa, outrossim, quanto puderem, em suas orações, a fim de que eu erre menos e acerte mais, nesta delicadíssima e complexa tarefa de falar em nome dos Nossos Maiores do Plano Sublime.

A Eugênia e a Anacleto (o presidente do Conselho de Anciães Sábios que ela representa), em particular, e à sua plêiade de amigos preclaros, como Irmã Brígida, Gustavo Henrique, Roberto, Temístocles e Lidiane – apenas para citar alguns dos mestres desencarnados que redigem, em co-autoria com este médium, inúmeras psicografias disponibilizadas neste site –, nosso muito obrigado, pela paciência e devotamento à causa de nos ajudar a crescer, rumo a Deus, ensinando-nos a ser felizes com sabedoria, amor, espiritualidade e paz.

Benjamin Teixeira.
Aracaju, 18 de fevereiro de 2008.