Em meio ao “Século de Péricles”, que constituiu o ápice de fertilidade criativa, econômica, filosófica e política de Athenas, a mais importante e influente cidade-estado da Grécia Antiga, uma figura feminina reencarnou, entre grandes vultos históricos, que não entrou, todavia, para os anais da História. Oráculo, não se deixou perceber como tal. Iluminada, escondeu sua luz. Desceu aos proscênios do mundo físico, para uma reencarnação basilar, sustentando as artes, a filosofia e mesmo a religião de seu tempo, por sua influência poderosa de grande anjo-mestre.
Ela, a própria “Deusa Palas Athenéia” (o espírito guia da civilização grega ateniense) pediu autorização e recebeu, para reencarnar entre seus pupilos – o povo mais culto, sábio e lúcido da Antiguidade – para sustentá-los no momento mais crítico de sua contribuição ao progresso planetário.
Fez-se patrícia humílima. Viveu no anonimato, mas, nascida, em altos estratos da sociedade, tinha livre acesso aos poderosos e sustentava o ânimo de todos, dos grandes filósofos aos estadistas mais destacados, insuflando-lhes inspiração e força para continuarem e levarem até o fim suas obras que marcariam indelevelmente a história e os rumos da civilização humana na Terra.
Senhora de porte majestoso, quão singelo, era qual vestal impoluta, olhar grave e profundo, sempre distante, quando em meditação, no salão nobre de seu grande palácio, mas que se fazia penetrante e “quente”, quando pousados num interlocutor. Era carinhosamente conhecida, pelos grandes intelectuais missionários que visitava e estimulava, como, simplesmente, “Sophia… eu-genos”, que significava, literalmente: “A sabedoria de casta nobre”. Sophia era seu nome… Palas Athenéia, como todo o povo a chamava, em preces e objurgatórias públicas, em súplicas desesperadas ou em solenidades formais, ante a sua estátua colossal, aposta no templo central da pólis inesquecível…
Mesmo sem a reconhecer, por sua presença de carisma impressionante, tentaram, inúmeras vezes, homenageá-la, ao que ela mui persuasivamente conseguiu tangenciar, para morrer no mesmo anonimato que nasceu. Como seu nome revelava, era a própria “Sophia” (sabedoria) encarnada. Teve, assim, conversas seminais com grandes filósofos da época, e suas ideias foram transmitidas em círculos secretos de iniciados, geração após geração, de modo que, por meio de textos esotéricos, o conteúdo axial de suas ideias chegou às mãos de Sócrates e outros grandes pensadores, futuramente, já então cognominada, entre os “doutores das letras ocultas”, como “A Grande Sophia, a sacerdotisa misteriosa”…
A deusa tinha descido até eles e eles não a reconheceram. Ela volta hoje a se manifestar, para ajudar a conduzir a humanidade em sua nova grave crise civilizacional e filosófica, em que a biotecnologia, os confrontos étnicos, os dilemas da robótica e da religião, da política e da economia globalizada aturdem e sacodem o globo no pós-guerra-fria. Ela volta e eles (os seus pupilos reencarnados por toda parte no orbe) não a reconhecem claramente, mais uma vez, porque não mais se chama Palas Athenéia, nem Sophia… mas, simplesmente, recorda o apelido carinhoso de seus discípulos de outrora… Eu-genos… nossa querida e sábia mentora Eugênia!…
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Gustavo Henrique (Espírito)
27 de agosto de 2003
(*) Assombroso, espetacular, incrível! O que mais dizer diante desta revelação fantástica? Se nos lembrarmos, então, de que a civilização grega, para não dizermos diretamente logo a ateniense, foi uma das pedras fundamentais na constituição de todo o modo de pensar, ver o mundo e sentir o universo da civilização ocidental, hoje hegemônica, com a globalização célere de costumes, da ciência e da cultura de massa, ao lado do outro pilar, judaico-cristão e da sua derivada cultura romana, e que Eugênia teria sido o espírito guia na conformação e condução dessa sociedade pioneira dos valores seminais da era atual… a grande precursora de tudo que mais valorizamos em conquistas sociais… a sociedade dos filósofos mais espetaculares de todos os tempos, do embrião da democracia, da ciência e de todos os princípios que hoje norteiam o cidadão moderno… ficamos mudos de estupefação…
Jamais me passaria pela cabeça a mais longínqua suspeita de que me seria dito algo do gênero sobre Eugênia. No início das minhas atividades mediúnicas, a querida mentora costumava aparecer em impecáveis trajes gregos à moda antiga, com o cabelo puxado para trás e para cima fazendo delicado coque, donde pendiam caprichosas madeixas encaracoladas de um negro vivo, contrastando com o branco de uma túnica rigorosa e artisticamente presa por um broche à altura do ombro. Sempre muito séria e profunda, apresentava elucubrações de elevada envergadura filosófica, no simples ato de tecer comentários a respeito de banalidades do cotidiano. Mas nada que me fizesse supor o que foi dito acima.
Todavia, pelos 15 anos de convívio com ela, algumas recordações curiosas me saltam à mente, como que estivesse montando um quebra-cabeças, ante essa informação bombástica…
Eugênia, quando foi preciso, adentrou o Palácio do Planalto ou a Casa Branca, com a naturalidade de quem ia às compras. E, após me fazer adentrar salas e falar com pessoas que muita gente não acreditaria ter estado comigo, assinava mensagens de alto conteúdo espiritual “em nome das Autoridades Espirituais que dirigem os Estados Unidos” ou “o Brasil”. Sempre pareceu que tinha livre trânsito no alto escalão da direção do orbe. Mas, ainda assim, eu reputava tais palavras suas a mera força de expressão; metáforas, por assim dizer, de processos mais simples (acreditava eu). Agora, fica claro que não –- tratavam-se de assertivas literais e não figurativas.
Perdi a conta das vezes em que Eugênia demonstrou capacidades sobre-humanas, como uma espécie de onipresença “constrangedora” na vida de vários de seus pupilos… ao mesmo tempo. Em terminologia espírita, chamamos a isso de ubiquidade: a aptidão de entidades sumamente evoluídas de se irradiarem em várias direções ao mesmo tempo, e agir em vários pontos, simultaneamente, como se estivessem presentes em cada um dos lugares concomitantemente.
Embora tenha um batalhão gigantesco de entidades do Plano Superior às suas ordens, é algo de pasmar como Ela consegue, direta e pessoalmente, inteirar-se e agir em diversos assuntos, simultaneamente e demonstrando aptidões semi-divinas.
Recentemente – para ser preciso: na semana passada –, para dar um exemplo tolo, Eugênia mandou que avisasse a um jovem seu protegido que interviria diretamente em questão do seu interesse, que envolvia pessoas e processos complexos. No dia seguinte, tudo começou a fluir de forma impressionantemente fácil, na direção que Eugênia prometera. As palavras do rapaz, que já conhece a mentora há pelo menos 7 anos, foram de perplexidade: “Benjamin, se for realmente Ela… Ela tem muito Poder!”
Em semi-transe, durante a palestra última de Domingo, em Aracaju, fui conduzido “misteriosamente”, olhos “vítreos”, imerso numa sensação de quase “êxtase”, a dizer que Eugênia era nossa versão moderna da “Deusa Palas Athenéia”. “Estranhamente”, porém, ao fazê-lo, meus olhos se voltaram para cima, em contemplação mística e profundo sentido de reverência, como que a me recordar de algo distante… e disse, em tom profético… “Eugênia… a nossa Deusa Palas Athenéia”…
Eugênia já me dissera, há mais de 10 anos, ter reencarnado no “Século de Péricles”, aproximadamente 500 anos antes de Cristo, e eu próprio estive lá, perto dela, por esse tempo. Mas jamais havia tido a mais longínqua suspeita de que ela mesma era a própria “Deusa Palas Athenéia” (ou seja: o guia espiritual do povo mais sábio de todos os tempos), reencarnada entre a sua gente tutelada, por aqueles dias distantes.
Isso explica porque, das últimas vezes que, indo ao cinema, via a nova vinheta da “Columbia Pictures”, uma fortíssima comoção se me esbatia e exclamava, quase perdendo a compostura pública: “É Ela!”. E dizia, trêmulo, que a imagem lembrava Eugênia, para quem estava comigo. Só que a imagem da vinheta da famigerada empresa cinematográfica norte-americana foi inspirada na deusa Athenas e não em Eugênia… Coisas do inconsciente… com sua pré-ciência de revelações futuras… conhecimento de sempre…
De fato. Eugênia (como sabem aqueles que acompanham suas publicações há algum tempo) juntamente a seus amigos filósofos do passado e do presente, pelo Projeto Salto Quântico, traz ideias profundamente revolucionárias e num ajuste perfeito para a solução dos grandes e complexos dilemas do presente… mas… como toda figura semi-divina, quer sempre passar desapercebida, apenas fertilizando realizações importantes, sem estar propriamente à frente…
Assim, nas palestras públicas, que realizamos no Hotel Parque dos Coqueiros, em Aracaju, todos os domingos, para um público aproximado de 800 pessoas, e em que Ela aparece no desfecho das atividades, e transmite rápida mensagem, para não se voltarem os olhos de todos para Ela, como santa impoluta que é, leva figuras santas famosas como Thérèse de Lisieux (Santa Teresinha do Menino-Jesus) e Celina (assessora direta de Maria de Nazaré). Como sábia, para que não a entronizemos num posto de idolatria, traz a lume grandes e ilustres amigos seus, como Temístocles, Anacleto e o próprio Gustavo Henrique, para que os louros da admiração também sejam desfocados de sua imagem…
Só que, desta vez… ela encontrou um histérico à sua frente, e não vou deixá-la, com a ajuda de seus amigos, como Gustavo Henrique fê-lo hoje, mais nunca passar incógnita… a santa e sábia de sempre… amável e adorável Eugênia!
Seja bem-vinda, Grande deusa Palas Athenéia!
Fertilize-nos com suas Ideias divinais!
Não nos deixe nos perder, no paul de nossas inferioridades morais!
Converta o dédalo de nossas confusões e conflitos, numa teia paradisíaca de significados, como sua mente perfeita tanto nos inspira!
Transforme-nos, pedras brutas de inconsciência animal, em pérolas numinosas de lucidez angelical!
Venha até nós, ó Grande Sophia Eu-genos! Venha até nós e nos conduza até o Criador, ó Grande deusa Palas Athenéia! nossa tão querida e amada, mestra e anjo… Eugênia!
Benjamin Teixeira de Aguiar
Aracaju, 27 de agosto de 2003