É famosa a máxima crística: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos fará livres”1 – livres da escravidão dos medos, dos preconceitos, das dúvidas viciosas, de toda ordem de cativeiro afetivo, intelectual ou mesmo religioso, quais as diabólicas atitudes extremistas e dogmáticas que asfixiam e degeneram a legítima Espiritualidade. Em suma, poderíamos assim traduzir, em conceitos mais modernos, os dizeres do Mestre Maior: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos fará felizes”.
O busílis de nossa reflexão, entretanto, concerne ao sentido de Verdade.
Jesus afirmou: “Eu não vim trazer a paz, mas a espada”2. A espada constitui um dos mais fortes símbolos atinentes à língua: a dura, retilínea e afiada Voz da Verdade, que, por excelência, não se submete a agradar quem quer que seja e tampouco se verga a interesses ou ilusões de agrupamentos e instituições, não importando quão poderosos. Uma das expressões máximas desse significado implícito da lâmina, como a Voz de Deus para a Terra, está exarada no Apocalipse, conforme visão atribuída ao evangelista João: “Uma aguda espada sai da boca do Cristo”3.
O Redentor veio trazer o conflito que amadurece, a divisão de famílias e comunidades que fomenta a seleção evolutiva, de acordo com a sintonia de valores, prioridades, propósitos espirituais. Por isso, Ele asseverou também que, quando chegasse a uma casa, poria três pessoas contra duas e duas contra três.4
Não se confundam meiguice e doçura com signos objetivos de bondade, nem complexo de vítima ou autocomiseração com indício de inocência. Nos Evangelhos, o Espírito da Verdade advertiu, farta e veementemente, que tais padrões psicológicos quase sempre revelam hipocrisia e maldade dissimulada.
A pureza de coração e o alinhamento genuíno com o Domínio Sublime de Realidade, para serem testados e poderem se confirmar, necessariamente passam pelos filtros da Luz do Verbo Divino e Sua Espada Mística, que golpeiam o orgulho e ferem as pretensões egoicas de superioridade, virtude ou santidade.
Eis o grande drama humano, exponencialmente potencializado na atual era da informação: confundir, muito facilmente, nesse campo essencial da alma e da vida, as conclamações da consciência com hipnoses e condicionamentos diversos – culturais, familiares, acadêmicos, profissionais, religiofilosóficos…
Como então, numa civilização impregnada de tanto relativismo, contradição e cinismo, encontrar as vozes que representam essa Voz Suprema? Jesus apresentou um indicativo claro: Seus(Suas) discípulos(as) autênticos(as) seriam reconhecidos(as) por inequívocos Sinais do Céu5. Parafraseando o Cristo novamente, deixamos, pois, um grave alerta-concitação aos(às) que recebem nossa mensagem: “Quem tiver olhos de ver e ouvidos de ouvir, que veja, que ouça…”6
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
New Fairfield, Connecticut, EUA
5 de dezembro de 2015
1. João 8:32.
2. Mateus 10:34.
3. Apocalipse 19:15.
4. Lucas 12:52.
5. Lucas 21:11 e 25.
6. Mateus 13:9 e 13.