Amor incondicional, o mais espiritual de todos, manifesta-se, por excelência, na fraternidade irrestrita que uma pessoa sente em relação a quem lhe fere profundamente os interesses, ou seja, na atitude de sinceramente desejar o melhor a quem lhe faz mal, ainda que, em certas circunstâncias, o coração vitimado precise aplicar medidas enérgicas na defesa contra o(a) ofensor(a), incluindo o distanciamento parcial ou mesmo a ruptura completa.
As criaturas humanas costumam vincular o conceito de incondicionalidade do amor aos sentimentos que nutrem por seus(suas) filhos(as) biológicos(as). De fato, trata-se de um referencial, mas chegará o momento evolutivo em que o amor pelo(a) “inimigo(a)” igualar-se-á ao que se devota aos(às) descendentes mais estimados(as).
Importa esclarecer, a propósito, que o amor parental, em sua essência, por se estruturar na base dos instintos animais de cuidado com a prole, é o que mais distante está do legítimo amor espiritual.
Não por outra razão, enfaticamente e em diversas passagens dos Evangelhos, recomendou Jesus a Seus(Suas) discípulos(as) o afastamento possível das relações de consanguinidade.1
Um ponto dramático e inexorável na evolução do ser sobrevirá, dessarte, propiciando a todos(as) tal ordem de provação afetiva e ensinando ao(à) buscador(a) da Verdade onde se encontra a genuína Luz do Amor, quer a crise relacional ocorra por iniciativa dele(a) próprio(a), quer advenha de fatores existenciais que lhe catalisem essa etapa de aprendizado avançado e inarredável da condição humana.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
16 de outubro de 2016
1. Vide alguns episódios: Mateus 12:47-50 e 19:29, Marcos 1:20, Lucas 9:59-62 e 14:26.

