(Estudo da projeção psicológica, da perspectiva emmanuelina)

Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Pela perenidade do interesse envolvido no texto, selecionei, para estudo do prezado internauta hoje, esta pérola de sabedoria emmanuelina, que revela o fenômeno da projeção psicológica, com acuidade e acerto impressionantes, para a época em que a psicografia foi produzida (*), quando o conceito ainda estava praticamente sendo elaborado, em centros de prospecção teórica nos estudos da mente, conduzidos pelas mais avançadas inteligências reencarnadas então, como o egrégio psiquiatra e psicanalista suíço Carl Gustav Jung.

Com isso, colimamos evidenciar que o pensamento do Plano Superior, quando captado com propriedade, por médiuns bem sintonizados e lúcidos, antecipa idéias e raciocínios de eras porvindouras. Apesar de, naturalmente pela exata razão de estarem à frente de seu tempo , surpreenderem seus coevos com o vanguardismo inexorável de que se revestem, as proposições do Alto acabam por ser corroboradas pelo inapelável julgamento do tempo.

Abaixo, anexado, o breve comentário (de trecho do Novo Testamento, igualmente reproduzido) do preclaro companheiro de lides educativas e de esforços na divulgação da linha espírita de relígio-filosofia.

Eugênia,
Aracaju, madrugada de 9 de outubro de 2007.

(*) 1956 – Capítulo 34 de “Fonte Viva”: “Guardemos o Cuidado”.
(Nota do Médium)

(Revisão de Delano Mothé)


Guardemos o Cuidado

“…mas nada é puro para os contaminados e infiéis.” – Paulo.
(Tito, 1:15)

Francisco Cândido Xavier
pelo espírito
Emmanuel

O homem enxerga sempre, através da visão interior.
Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.
Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.
Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.
Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.
Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.
Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.
Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.
Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.
Os males, contudo, sobram sempre.
Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.
Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo visão clara ou escura de que dispõe.